quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dalila.

Pois é, voltei =D
Com um texto aleatório de uma aula de História... 

   Sem medo, subo a encosta de uma existência sempre vazia, sempre incompleta, uma palavra em nanquim preto, insípida, em uma folha em branco. Mas escalo, me corto e me machuco, a mim e por mim mesma, eu subo.

   Sem vontade, abro a porta de uma nova casa, o apogeu da luz mortiça do fim do dia no chão de madeira empoeirada, cuja cor original não se sabe, morre em meu olhar indiferente e pálido. A luz ocupa seu espaço e não tem barreiras, em seu absolutismo revela o vazio do cômodo. Melhor seria de mim e de meu vestíbulo se houvesse uma sombra, mesmo que esguia incerteza, presente, mesmo que inconstante, para preencher o ar pesado e o tédio.

   Pouso-me perante a janela. Um cenário sem sentido entretem minha vista. Reluto em desprender-me do fundo irreal que me mantém imóvel, meu olhar fixado em algum ponto incerto. Reluto em sair de meu desinteresse consciente, pois que ao menos este me entretem enquanto reluto.
   A luz mente e ilude ao me mostrar o que quer que eu veja, eu acredito, ou não me importo. Como sempre, sigo os passos sem saber para onde vão. Não dou importância à penumbra e o "ele" que se esconde em sua ardilosa segurança. 

   Ardilosa...

   Palavras aleatórias ecoam em minha mente. Minha mente trabalha silenciosamente sem me desprender da janela. O cenário abstrato parece me hipnotizar... 

   Ignóbil... 

   Não mesmo.

   O "ele" me olha de dentro de sua sombra. O "ele" sussurra palavras em meu devaneio ansioso. Ignoro-o, mas não o fazem os ecos. 

   Perene... 

   Sim, perene. O quarto, o vazio, a janela.

   O "ele" me toca. 

   Fugaz... 

   O calor se vai, o sonho se fecha, se tranca. 

   Tênue.

   Abro os olhos para a escuridão do nada. O cheiro de mato me invade os pulmões. O frio acaricia meu rosto.

   A janela é um cenário entediado. Imutável. Sento-me. Olho ao redor. O vazio agora está somente em mim, o quarto está repleto de quinquilharias, de falsos sentimentos. Livros, cartas, fotos, bonecas, mas ainda em mim o mesmo final de tarde.

   Deito-me e busco por meu sonho novamente. Ardiloso, ignóbil, perene e fugaz. E Tênue. Volto para o "ele".

   O quarto é diferente, mas igual. Cenários conhecidos passam rapidamente pela janela. O tempo corre do lado de fora. Aqui, neste cômodo, o tempo é estagnado, uma parte iluminada pela luz proveniente do movimento, uma parte obscura pela penumbra da lembrança.

   Olho para a nova face que se esconde no escuro, o "ele" é outro agora.
Reconheço-o sem saber quem é. "Ele" balbucia palavras, e eu as entendo, sem realmente ouví-las.

   Foram elas palavras minhas, palavras que não chegaram a sair de minha garganta, mas que foram minhas. Foram palavras que ecoaram em meus corredores vazios, e se perderam.

   No lugar, há o "ele, o "eu", e agora, o "ela". O "ela" perambula de um lado para o outro, inquieta.
   Seu rosto na luz é um, na sombra outro e, de volta à luz, um novo. Não sei quem ela é. Seu movimento irregular me perturba. Segue uma lógica que eu não compreendo.

   O "ele", como sempre, continua imóvel, sussurrando memórias, palavras e, agora, nomes.

   Dalila...

   O nome vira um rosto em minha mente distraída, mas desprezo-o, ignoro-o, esqueço-o. Este rosto já não existe mais. Tudo que faz agora é me fazer sentir dor.

   Quero voltar à janela, quero voltar ao nada, quero estar novamente sozinha, desesperadamente. 
   O "ele" me atormenta com imagens que já me cansei de ver, com sons que já me enjoei de ouvir, palavras que já conheço bem, sermões que já sei de cor. Me obriga a me lembrar de rostos que já não conheço, que já não me dizem nada.

   O "ela" me inquieta, me força a reconhecer sua existência, se mantém no escuro, me trata como uma criança ansiosa que não compreende o que acontece, o que pode acontecer, o que virá a acontecer. Mas me força a assistí-la atentamente, nem que pelo canto do olho.

   O "ela" é imprevisível, mutável, misterioso, preocupante. É uma sombra disforme se movendo à minha frente, que nunca posso alcançar, que nunca posso entender.

   O "ele" é constante, conhecido, irritante, indesejado. Provoca sensações que não quero sentir de novo. Mas ele está sempre lá e é impossível ignorá-lo. 

"Ele" me segue ao mesmo passo que eu caminho, sem olhar pra trás, ao mesmo passo que escalo minha existência vazia e incompleta.

   "Ela" pára, e desaparece. Agora tudo que tenho é o "ele", que nunca quis ter.

   Pela última vez, acordo. Pela última vez, respiro. Pela última vez olho para as fotos na janela e então, sem mais nada à fazer junto-me à Dalila. 


O que vocês vão fazer agora é responder as perguntas à seguir agora, nos comentários ok
1- Quem é Dalila?
2- Que representam as figuras:
a) do primeiro "ele"
b) do segundo "ele" e do "ela"
c) do primeiro e do segundo quarto.


Eu sei, eu sei, parece interpretação de texto, mas eu preciso dessas respostas pra avaliar meu texto D:
Aceito críticas também, alias peço por elas.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Amigo

Volto a lhes tomar o tempo com mais uma de minhas confabulações tendendo ao errôneo e mais ainda ao desequilibrado choro de alguém que se dizia mais forte que isso. Posso afirmar que vou chorar enquanto escrevo, disto estou certa, mas suponho e espero que me faça algum bem.

Conto-lhes hoje sobre como é perder alguém. Não apenas alguém importante, mas uma das criaturas que você jurava que iriam viver para sempre, uma das criaturas que você simplesmente não conseguia imaginar não estando lá.


Hoje lhes conto sobre como é perder um amigo, não em poemas ou líricas mas com o que gosto de pensar como pura e simples “sinceridade”.
De fato, reconheço, não sei se devo dizer a você, leitor, de quem se trata a dissertação de hoje. Posso por enquanto afirmar que ainda não aceitei o fato dele ter se ido para o grande espírito (Shaman King much, but I do like the idea). Posso também dizer que por mais clichê que possa parecer, nunca vou esquecer aqueles olhos castanhos. Para efeito de explicação deixo, enfim, clara, a identidade do tão amado amigo: Ele era um Golden Retriever, seu nome era Attila, ele fará 3 anos dia 10.

Ponho em termos técnicos o acontecido:
Três dias atrás ele e a Giullietta(minha cadela) decidiram experimentar “Torta de Mamona”. Agora, o engraçado sobre a mamona é que sua semente possui uma proteína chamada “Ricina”, proteína esta que está entre uma das substancias de maior toxicidade conhecidas pelo homem, alem de outros alergênicos inconvenientes. Apesar de Attila ter vomitado a maior parte e Giullieta mal ter tocado no dito veneno, os dois começaram a ficar letárgicos.
Letárgico eu digo, no mesmo dia. Levamo-nos ao veterinário, um de confiança que já conhecidamente salvara animais de amigos da família. Lá Attila tomou soro, e o profissional receitou um agente que “amenizava” a toxicidade no sistema digestório do animal, um agente baseado em componentes do carvão mineral. Também receitou uma mudança na alimentação dos dois para fins de limpeza do trato.

No segundo dia, dois dias atrás, na páscoa, Attila estava mais letárgico que antes. Vomitara grande parte do pouco que comera e bebera, alem do sangue. Mal se mexia e dificilmente se levantava. Passamos a tarde de páscoa cuidando dele, limpando suas patas sujas de vômito que, à esta altura, se tratava de qualquer coisa que ele engolisse. O limpamos e secamos da melhor maneira que pudemos, mas ainda prevalência o cheiro de bile e sangue. O levamos à uma clinica veterinária mais tarde no mesmo dia, preocupados com a desidratação dele, já que nada que ele tomava ficava no estomago mais que 10 minutos. Optamos por não interná-lo, o que hoje me parece a coisa mais estúpida que poderíamos ter feito, e levá-lo no dia seguinte ao veterinário de família.

Ontem, como de costume, de manhã cedo fomos ver o estado dele. A área onde ele dorme estava coberta de sangue e urina, sangue e vômito, e mais uma vez aquele cheiro forte que insistia em praguejar o local. Ele não se levantou quando chamamos. Eu não tive coragem de mexer nele, meu pai insistiu, queria colocá-lo em um lugar seco pra limpar as patas e pescoço dele, e ajudou-o a levantar. Pra meu horror, vou admitir, ele não se agüentou de pé.
O que se seguiu foi um dia de tensão, não consegui me concentrar em nada. Liguei minha mãe no intervalo. Ela o levara no veterinário e dissera que ele passaria o dia lá tomando soro.
Nada tão relevante aconteceu até mais tarde.
Mais ou menos as 8 da noite meu irmão me chama. Vou até a sala e meu pai diz, para todos reunidos: O Attila não resistiu ao tratamento.

O tempo parou depois dessas palavras. Quando algo assim acontece, suponho, a dificuldade está em se fazer acreditar que não é apenas um sonho ruim ou uma piada de mal gosto, a dificuldade está em aceitar aquele fato absurdo que, como mais cedo disse contradiz todas as crenças de que seu amigo viveria para sempre e estaria para sempre ao seu lado.
Passei o dia tentando me fazer acreditar que é melhor chorar, e ao mesmo tempo tentando segurar a todo custo as lágrimas, porque, afinal não queria deixar ninguém preocupado e principalmente, não queria uma rodinha de pessoas que mal falam comigo tentando me fazer sentir melhor, coisa que sabia que não ia acontecer.

É uma idéia ridícula a de imaginar que ele não vai sair radiante da casinha dele toda manhã, esperando que eu abra o portão da garagem pra ele correr, pra depois querer pular em mim com as patas todas sujas de lama. É uma idéia ridícula imaginar que ele não vai mais ficar enchendo o saco de todo mundo pra dar um pedaço de carne pra ele nos churrascos. É ridículo imaginar os piores momentos sem ele tentando me animar, seja sentando na minha frente e por a pata no meu joelho e usando isso pra se apoiar e pular em cima de mim, e me derrubar, e fazer rir enquanto tenta lamber meu rosto. É ridículo imaginar um domingo sem ele deitado na porta da cozinha, olhando todos indo e voltando pra arrumar a mesa do almoço. É ridículo esquecer como ele ficava feliz com coisas idiotas como jogar um pneu pra ele correr atrás, ou como ele nos fazia rir com coisas idiotas que fazia. Mas o pior é imaginar que da ultima vez que o vi ele não conseguia se manter em pé.

Por mais clichê que o final possa parecer agora, eu não ligo. O Attila foi o melhor cachorro que eu poderia ter tido, ele foi amado até o final e espero que onde quer que ele esteja ele saiba disso, e me desculpe por não ter sido uma dona melhor. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um Sorriso.

Ah a natureza humana, ao mesmo tempo irritante e ridícula, e inspiradora e fascinante.

Alias, comecemos com o termo "natureza humana", porque não vejo onde ainda existe natureza em nós. Formigas e abelhas trabalham em uníssono para o bem maior da colmeia ou formigueiro, as que não se encaixam nesse padrão são rejeitadas e banidas, já a sociedade humana é, metaforicamente, o oposto.

Mas não, estou cheia de críticas a sociedade, porque é só o que fazemos, críticas. Não estou dizendo que eu não o faço, no entanto pergunto, o que vale a inteligência humana quando uma sociedade de pequenos e insignificantes seres exoesqueléticos nos supera tão simples e facilmente? Tudo o que fazemos é criticar a sociedade, estudá-la, para que? Para não ter coragem de tentar mudá-la por que somos egoístas demais para apostarmos nossa vida e felicidade num ideal instável. Claro, há as exceções, como sempre há, assim como há as formigas e abelhas que não se encaixam, e essas exceções geralmente estão fadadas ao mesmo destino, pois raramente alguém se une a elas, e estas almas boas que apostaram no ideal da felicidade se encontram ainda procurando-a e assim passam sua vida, pois só funciona se todos trabalham em uníssono.

E esse é o problema não é? Ninguém está disposto a colaborar até que todos os outros também colaborem, ninguém está disposto a dar o primeiro passo, a acreditar que dando o primeiro passo os outros o seguirão. Porque sabe que não acontecerá? E então como saberíamos? Alguém pode prever?

O fato é que não acreditamos nas pessoas ao nosso redor. Partimos do pressuposto de que são tão egoístas quando indiferentes a qualquer causa que não a que mais facilmente felicidade e paz, muitas vezes vindo na forma de dinheiro. Então o que fazemos? Pagamos para elas nos ajudarem? Qual o objetivo, qual o ponto em fazê-lo se a pessoa, mesmo colaborando, não acredita no que está fazendo, não acredita nas pessoas e não acredita no futuro? Ninguém mais acredita, isto é um fato, ninguém mais acredita. Estão todos inseridos em seu próprio mundo, mente e modo de pensar, para cogitar que o mundo de outras pessoas pode ser similar, que ela pode ter os mesmos objetivos que ela pode ter as mesmas opiniões, nos trancamos para o mundo exterior, nem mesmo sorrimos mais para estas pessoas.

Já percebeu? Já tentou apenas sorrir? Ignorar o fato de que a pessoa não fez nada para provocar tal gesto e sorrir? Porque afinal, o que você perde sorrindo, é realmente algo que deve apenas ser guardado para ocasiões especiais? Pense, você que está lendo isso, o que você sente quando alguém sorri pra você? Você não se sente bem, não se sente importante? Não sente que é especial? Já que um sorriso hoje é tão raro? E então, qual o preço que você paga sorrindo também para pessoas que você não conhece? Porque algo tão simples é tão difícil? Será que inconscientemente pensamos que sorrir demais vai diminuir o significado do gesto?

Não, não sorrimos porque não nos importamos em fazer uma pessoa que nunca vimos ou nunca veremos novamente se sentir bem por motivo algum, sorriríamos se ela sorrise primeiro, não é isso? Porque é uma questão de educação, não? Ou talvez porque você está retribuindo? Porque para nós um sorriso é algo que se retribui, não? Se retribui a um gesto de um amigo, ou a algo que te fez rir, ou a alguém que te faz sentir bem, nunca à alguém que não fez nada por você. Ora poderíamos estar sorrindo então para relógios e pratos, não é? Eles também não nos dão nada para retribuir.

Se seguiu esta linha de pensamento, concorda, discorda? Acha que um sorriso é uma moeda? Que é uma coisa tão valiosa que não pode ser desperdiçada? Consegue ver a metáfora num sorriso? Talvez não, talvez não...
Mas pense nisso, o valor de um sorriso.
Uma sociedade em uníssono, disposta a sorrir sem pedir nada em troca, disposta a apostar o que tem de melhor para todos os outros se sentirem especiais e importantes.
Disposta, atrevo dizer, a apostar um sorriso.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Religião.

Sobre religião, há coisas que me irritam profundamente.

Um exemplo, se você presta para uma escola bem concorrida e passa, o mérito não é seu..? De seu esforço e dedicação? Então porque as pessoas insistem em dizer "Graças a Deus você passou!"...? -E com pessoas quero dizer minhas mãe e avó, porque sim, isso é uma historia real.
Então gostaria que quem lesse esse post me ajudasse a descobrir minha religião, porque sou contra tantas coisas na minha atual que creio que o que eu acredito não pode mais ser classificado como "espiritismo":

Para muitas destas pessoas, tudo é controlado por Deus, desde os problemas que uma pessoa tem, ao efeito estufa... Mas eu discordo... Não é possível que um entidade faça isso, pois se sim, qual o beneficio em viver...? Qual é a graça?
Será que, quando o vento bate em uma árvore, derrubando um pequeno galho, que atrapalha o caminho bem organizado de formigas trabalhando, forçando-as a mudar sua rota, é porque, Deus quis assim? Não pode ser quem apenas e somente "aconteceu"?
Chegamos então a um dos problemas do homem: Queremos que tudo tenha uma explicação.
Não podemos viver com a idéia de que algo aconteceu apenas por acontecer... Um mero fato, que não tem nenhuma razão de ser, e ainda assim, existe.
Não podemos viver com a idéia de que não há um algo maior controlando as coisas, e que nem tudo tem uma razão de ser e um objetivo. Que existem coisas que aconteceram ao acaso... Que uma tsunami que mata milhares de pessoas, não necessariamente teve uma razão para estar lá, apenas aconteceram os fatos que a originaram, assim, sem motivo algum. Que um furacão que destrói um vilarejo, não necessariamente foi "castigo divino", apenas aconteceu.
Também não acredito em “Deus”, não como a entidade divina da maioria, mas como uma força, uma energia natural que nos envolve a cada momento, algo que nos traz vida e permite que as coisas aconteçam, e que, no entanto não tem motivo para tal.
É apenas uma energia que não tem vontade própria, que não tem justiça, que apenas faz o mundo girar. E qualquer seja o nome que dêem, Deus, Ka, Chakra, Gaia, Hao, Lifestream ou seja lá o que for, não deixa de ser apenas uma energia –Já dizia nosso respeitado Shakespeare: “Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume.
Fatos são, acredito sim na alma, acredito que a alma permanece após a morte, o que acontece com ela então? Não sei, não faço a menor idéia, e também não me importo. E então outro ponto na religião em que não vejo propósito, explicar a morte.
Ora, porque nos daríamos ao trabalho de tal, se no fim acabaremos por descobrir? Qual o propósito de tentar adivinhar seu presente de natal antes de recebê-lo? Nenhum, por mais que tente, tanto podendo estar errado ou certo, no fim acabará por descobrir, e então se tiver acertado toda a surpresa terá se esvaído por culpa de sua curiosidade.
O que prevalece é o Carpe Diem. Quem liga pro que vai acontecer depois da morte - e veja bem, eu disse depois da morte - por que se preocupar com o desconhecido?
Finalizo esse post com mais algumas coisas para você que está lendo. Não tenha medo de ser diferente, não tenha medo de discordar do que a Igreja ou seus pais dizem que é a verdade, é bem mais divertido criar sua própria crença, e se você acredita nela, quem vai te dizer que está errado? Já que não há verdades absolutas, porque não usar sua imaginação para explicar as coisas?
Não é, afinal, da natureza do ser humano ter imaginação?

domingo, 8 de novembro de 2009

Hello, hello...

Hello, dear...
Are you dreaming now...?
I wonder if you feel me here...
Are weak dear?
Are you hurt?
I wonder if it'll tear us apart...


Hello you...
Now, what should I be saying...?
I'm wondering,
How did you became who you are
To be now asleep, traveling,
Throug lands so far...


Hello, my love...
I wonder if you'll ever make a move...
I wonder
Will you stay there forever
Pretendig you don't feel me here...?
I wonder
Will you keep snoring
Like sleeping beauty used to, dear...?



Hello to-day.
Won't you, my sun, come out?
For you've taken away
All I cared about...
How much am I to wait?
For you to decide my fate...?



Hello to-morow.
Aren't you coming back, dear?
Are you leaving me this hollow...?
I wonder when
You'll wake up, and see me here...
I wonder If
I'll ever fell your warmth again...



Hello, hello...
You face is so pale...
You hands are so cold...
How can I show
That I'm not that frail
When this moon's eyes are shut,
And this moon's tears won't stop.
For this moon's heart won't beat
'till the sun shines for it.




Escrito por Aline Hikari, 16, para seu namorado, Thiago, 18, dia 7 de novembro.
Thiago está em coma há 8 dias.

domingo, 13 de setembro de 2009

Suicídio

Aqui, a beira de uma piscina azul e cristalina, nesse dia quente e bonito, ouvindo as risadas das crianças e o som da água, escrevo sobre suicídio.
Não vou falar, como habitual, do ponto de vista religioso ou político, mas sim do que eu considero moral.

Suicidar-se, quer dizer desistir de lutar a guerra que a vida é, jogar todos os bons momentos e todas as conquistas e todas as lagrimas fora. Mas mais importante, fugir de tudo o que te faz sofrer e abrir mão da esperança de que um dia você será feliz e de que vale a pena lutar.

Muitos motivos podem levar a isso... Pressão, dor, rancor, ódio, desespero, amor, provavelmente um pouco de cada, ou muito de todos. Alguns tiram-se a vida por se odiarem e dizerem não conseguir conviver com quem são, outros não vêem sentido em viver, se o destino de todos é a morte, há aqueles que apenas não suportam mais sofrer ou não suportam mais a pressão imposta a eles, e não suportam mais a decepção ou não estão acostumados a ela e finalmente, aqueles que morrem por amor, ao país, a uma mulher ou homem, a um família, a um amigo.

De qualquer forma, creio que não esteja me fazendo clara, sou contra o suicídio, é um ato de desespero e egoísmo absoluto e também de ignorar tudo a sua volta. Aqui, no meio de um dia ensolarado tento me fechar para o mundo e entender o que se passa na mente de um suicida, e por incrível que pareça, não consigo, pois pra mim é impossível não parar e olhar a água se mexendo, ouvir os pássaros cantado ou as folhas caindo lenta e graciosamente, e então não pensar na beleza que havia a minha volta...


Em resumo, não entendo como alguém pode simplesmente ignorar a beleza ao seu redor, e dizer que o mundo não vale a pena, e ainda pior, ignorar a vontade de todas as pessoas que a tem como querida e amada e desistir delas. Sim, porque o pior é chegar ao ponto de egoísmo, em que os sentimentos das pessoas que te amam não importam mais e tudo o que importa é seu sofrimento e seus problemas, e chegar ao ponto de pensar que ninguém se importaria com sua morte, e que te esqueceriam em pouco tempo. O pior é fazer seus amigos chorarem por sua dita fraqueza, quando eles dariam a vida para te ajudar, e você simplesmente não os permite. O pior é achar que tudo vai acabar se você se matar, e o pior, o pior de tudo, é desistir de lutar e cortar seus laços sem remorso.

Então, você, que está lendo isto, lembre-se de que, mesmo nos momentos mais sombrios, há beleza no mundo e pessoas que chorarão por você quando você se for, e lembre-se de tudo o que você já conquistou, e pense se você sofreu tudo o que sofreu até agora pra desistir agora.
Lembre-se das pessoas que te amam e das pessoas que você ama
Mas lembre-se principalmente de que vale a pena viver para um dia ser feliz, e vale apena lutar e se agarrar a essa vã esperança na qual todos nos sustentamos e acreditamos.

"Even if I say

'It'll be alright'
Still I hear you say
You wanna end your life"

domingo, 6 de setembro de 2009

Nameless

Odeio comprar roupas... O que vindo de uma garota deve ser meio estranho de ouvir certo? Explicar-hei... Sempre que vou com minha mãe comprar roupas é sempre a mesma coisa, sou constantemente lembrada que não sou a coisa rosa alegre e feminina que minha mãe quer que eu seja, mas o que posso fazer? Isso sem falar que a partir de certo ponto ela começa a falar em como minhas amigas gostaria de estar lá, e como minhas amigas usam roupas femininas e eu continuo quererendo usar moletons e blusões todos os dias, e como minhas amigas usam saias e vestidos, enquanto eu tenho 3 calças jeans... Então ela começa a reclamar do meu guarda roupa e que eu nunca tenho nada decente pra vestir e bla bla bla.... E eu fico de mau humor e começo a responder atravessado, ai ela não gosta e lá se vai meu dia...


Isso tudo, notei, é quase uma metafora... Porque eu não sou, e nunca serei o que minha mãe quer que eu seja, não sou bem humorada e alegre como ela quer que eu seja, não gosto de coisas fofas rosas e bichinhos, não idolatro a França como a maioria das adolescentes (pra ficar claro, ela é francesa), e não choro em filmes romanticos, e não gosto deles tambem, e não sou esforçada nos estudos, não sou motivada por amar minha escola,... Eu sou sadica e adoro sangue e adoro coisas perturbadoras e pessoas sofrendo, talvez me faça sentir melhor sobre mim mesma, quem sabe..? Talvez seja como a Lucy diz, quando voce é infeliz, prescisa fazer de alguem mais infeliz que voce mesmo.... Uma das possiveis razões do meu sadismo... Ou talvez eu apenas seja um Dexter da vida... Mas olha que legal, descobri que não sou psicopata, é uma boa noticia eu acho =D
Gente isso esta sendo apenas um surto aleatorio, e tambem faz tempo que eu não posto, prometo que voltarei a postar coisas decentes e que valham a pena ser lidas, ou não... De fato não, mas serão mais dignas do que surtos...


"What if you're making me
All that I was meat to be?"